Vivemos aprisionados ao fator tempo, a vida é uma correria, não temos tempo para nada. Segundo Albert Einstein, apesar de a ciência dividi-la em passado, presente e futuro, tudo isso é ilusão. Ele suplantou as ideias de espaço e tempo absolutos; conforme sua teoria, tempo e espaço são valores relativos ao observador, ou seja, dependendo das circunstâncias, podem ser vistos de forma diferente. Com esse estudo, Einstein ampliou os conhecimentos da física clássica e instaurou uma nova forma de observação do universo, principalmente sobre massa e velocidade da luz (CHALTON, 2017, p. 86).
hoje sei que não precisamos nos prender no fator tempo, pois ele automatiza nossas ações diárias e consequentemente engessa nossa vida. Creio que dependa de como vamos enxergar a influência do tempo em nosso dia a dia. Se nos utilizarmos dele como forma de organização e otimização das tarefas, terá um reflexo positivo em nossa vida, mas, se considerarmos que o tempo nunca é o suficiente para executarmos nossas atividades e cumprirmos com as nossas responsabilidades, ele se tornará um grande vilão. Vivendo nessa percepção, gera-se um sentimento de impotência em relação ao tempo e nos aprisionamos completamente a ponto de não conseguirmos mais dividir de forma equilibrada um momento para a família, o trabalho, o lazer, o intelecto e a espiritualidade. Foi o que aconteceu comigo e me desestabilizou emocionalmente, pois vivia brigando com o tempo, quando, na verdade, eu é que deveria ter tido controle sobre ele. O tempo pode agir de forma negativa ou positiva em nossa vida, depende de como o utilizamos.
Em minhas ilações, concluo que o tempo sempre foi uma incógnita. Hoje vejo que eu não soube aproveitar o momento presente de cada época vivida. Quando criança, queria crescer logo para me tornar adolescente achando que a vida seria mais interessante, pois poderia sair para passear com as amigas, fazer curso de idiomas e ter mais liberdade. No entanto, quando entrei na adolescência, a situação ficou mais difícil porque já tinha de começar a trabalhar e assumir responsabilidades muito pesadas para a minha idade. Por isso procurei refúgio no curso de teatro, pois era o momento em que eu podia sonhar e me libertar das cobranças sociais. Também não consegui usufruir a adolescência por me preocupar com o futuro, afinal, precisava trabalhar e estudar para buscar uma vida melhor. Nessa fase, a minha vontade era completar logo os vinte e cinco anos, pois acreditava que seria madura e segura o suficiente para enfrentar a vida e, assim, seria mais feliz. Novamente deixei de viver o presente na busca de um amanhã melhor. Depois de atingir essa idade, percebi que não havia mudado muita coisa, pelo contrário, as responsabilidades só aumentavam e as dificuldades também. Nessa época, sempre vinha em minha mente a frase do pessimista Hardy, do antigo desenho Lippy & Hardy: “Oh, céus! Oh, vida! Oh, azar! Isto não vai dar certo!”. Em alguns momentos, eu encarava a minha realidade com grande pessimismo e não conseguia perceber o quanto a vida tinha e tem coisas boas a nos oferecer, apenas precisamos visualizar o lado bom dela.
Comecei a viver o presente depois de todos os episódios fatídicos que enfrentei, e agora consigo viver o hoje, sinto a vida de forma plena, aproveito cada momento com a minha família e entrego o amanhã para Deus, pois este a Ele pertence. Aconselho a todos que evitem despender o tempo e a energia com situações ou coisas que não valham a pena. Parem de se preocupar com o futuro de maneira desmedida, pois precisamos sim pensar nele, mas sem esquecer de viver o hoje. Para fechar essa reflexão, recomendo que pensem na importância de vivermos o presente e cito a frase de Horácio, em latim, Carpe Diem, isto é, aproveitem o momento.